ALEGRE REMINISCÊNCIA

                                                      Por :  Gesy   Tápias  Dabrowska 

.  Em 1958, morávamos em Vitória e meu pai foi transferido para Guaçui no sul do Espirito  Santo, como Juiz de Direito, onde moramos até 1961. À convite da médica Maria Thereza Abelha, na época diretora social do Guaçui Tênis Clube, me tornei repórter/colunista social do Jornal local.  Entrevistava pessoas de destaque em várias áreas e também pessoas desconhecidas; fazia enquetes sôbre um tema especial e propagava o Turismo Capixaba.  Não demorou para logo ser convidada pelo  Hélio Dórea para integrar sua equipe em "O Diário," de Vitória, onde começava sua carreira jornalistica. Eu colaborava com notícias de Guaçui e Alegre. 

.  Dentre tanta gente bacana, inteligente, alegre e sociável que conhecí em Guaçui, destaco uma figura muito especial: Charles Henri ou Charlô ou, ainda, Carlinhos. Incrivelmente culto e elegante, antenado com o mundo e de bom-gosto irrepreensível . Numa tarde de sábado, êle presenteou a cidade inaugurando uma pequena boutique, carregada de charme com roupas, sapatos e belos acessórios. Entretanto, meus olhos brilharam mais ao enchergar os Perfumes.  Ah ! os perfumes que já me causavam tanto "frisson" na infância.   Então, um leque de opções ao meu olhar e olfato abriu-se e fui "apresentada" às mais sensacionais fragrâncias do mundo.  Minha mãe comprou alguns frascos para ela e suas 3 filhas adolescentes me incluindo, claro: Shocking, da Elsa Schiaparelli; Muguet de Bonheur e Fleur de Rocaille, de Caron ; Diorissimo, do Dior; Fracas,Visa,Bandit e Baghari, do Robert Piguet.   Alguns desses frascos, guardo até hoje! Num aniversário, ganhei Heure Intime, do Vigny e Je Reviens, de Worth: um escândalo! Em plena cidadezinha do interior, termos acesso ao que de melhor havia num mercado que nunca deixou de ser o supra-sumo da sofisticação Francesa, ou, mundial. obrigada